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INCLUSÃO NA DÉCADA DE 80

  • temisciraartedigit
  • 24 de out. de 2023
  • 3 min de leitura

Hoje vamos quebrar o tabu de quem acha que a década de 80 era feita de loiras usando botas e mini-saias. Não sei de que dimensão vocês vieram, mas na dimensão de onde eu vim a década de 80 foi uma época inclusiva, onde as loiras de botas dividiam espaço com ex-presidiários, palhaços assustadores, alienígenas mais assustadores ainda e adultos com transtornos psiquiátricos. E a gente achava lindo! Então, vamos agora entrar em nossos Deloreans de papelão e garrafa pet, e resgatar nossas memórias perdidas!



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DELÍRIO Nº1: O PALHAÇO ASSUSTADOR - Sim, ele tinha um visual assustador com cabelos cor de fogo que mais pareciam chifres e dentes amarelos... e era o Rei das Manhãs!! Crianças oitentistas eram custosas e adoravam desafios. Então, quando aparecia alguma coisa estranha ou assustadora, elas caíam em cima- com todo o aval dos pais!! Bozo passou a década sendo alvo de toda aquela energia acumulada, e tinha que se virar na criatividade para responder suas perguntas esdrúxulas e mal-criadas ao pé do telefone ao vivo. Há quem diga que o trauma causado foi tão grande que depois de se aposentar ele virou o palhaço do It.



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DELÍRIO Nº2: ADULTO COM PCD - Isso sim, é a nata da inclusão social! Um homem conhecido pelo nome de Sérgio Malandro, que parecia não funcionar bem das faculdades mentais e usava um boné com uma hélice na cabeça. Nas manhãs infantis ele apresentava uma atração com o sugestivo nome de "Oradukapeta"(isso mesmo, o próprio encardido! Querem maior exemplo de inclusão e tolerância?) E todo mundo achava lindo! E se alguém acha pouco, o distinto dividia o palco com dois mascotes: a Anjinha e o Capetinha (!). Pouco? O Capetinha chamava Sérgio Malandro de Capeta. O tema de abertura da atração era um cover da música "Um Capeta em Forma de Guri". O ponto alto da brincadeira era a "Porta dos Desesperados", onde as corajosas crianças oitentistas escolhiam uma porta que poderia ter dentro um prêmio ou um susto (um monstro saía de dentro e assustava todo mundo). Acredite, muitas crianças estavam lá para enfrentar os monstros. Isso sim, era uma infância diferente!



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DELÍRIO Nº3: O ALIENÍGENA PROGRESSISTA -E o amor venceu! O alienígena se chamava Fofão e dizia ter vindo de um planeta chamado Fofolândia, " porque tudo lá é fofo e macio, até o chão". Mas tinha uma voz tenebrosa e um cachorro assustador que parecia o Primo It da Família Adams e se chamava Fofolo. Fofão tinha uma aparência progressista de uma ambigüidade revoltante, vestia-se como Chuck, o Brinquedo Assassino, e mesmo assim seu programa era voltado para crianças da primeira infância. A criatura protagonizou filmes para cinema, gravou discos e fazia shows musicais lotados. E era tudo muito lindo! E viva a inclusão oitentista!



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DELÍRIO Nº4: EX-PRESIDIÁRIO REABILITADO - Esse aí veio dos confins dos anos 90, mas está valendo. Naquela época um morador de rua e ex-presidiário reabilitado não ganhava Bolsa Família; ganhava programa de televisão. "Seu Boneco" ficou conhecido do público nos quadros dos humorísticos de Chico Anísio. O humorístico era para o público adulto, e Seu Boneco era um coadjuvante que dividia cela com seus colegas de destino, todos parte da Quadrilha do Corrimão. Posteriormente apareceu na famosa Escolinha do Professor Raimundo, onde popularizou os bordões "Que hora é a merenda?" e "Aí eu vou pra galera!" Fez tanto sucesso entre as crianças que acabou ganhando o infantil "Clube do Seu Boneco", onde não morava num barril mas retratava sua alegre e despreocupada vida de mendigo. Suas roupas rotas venderam como água no carnaval e nas Corridas de São SIlvestre. - e até disco o distinto gravou! Ninguém nunca se interessou em saber o que ele tinha feito para ir parar na cadeia (provavelmente roubou um pacote de fralda). O que importava era que ele se reabilitou, foi estudar, ganhou programa de tv e virou o rei do merchindising. Um exemplo de vida!


E essa era a boa e velha inclusão oitentista, onde você não vociferava cheio de ódio nas redes sociais mas vivia isso no seu cotidiano sem fazer alarde - e tudo bem! Viva a inclusão oitentista!


Esquecemos alguém? Talvez. Por isso, contamos com vocês para refrescar nossas memórias e resgatar mais exemplos de inclusão a fim de que recebam o justo reconhecimento em nossa próxima viagem. Entrem em seus Deloreans, buracos de minhocas e cabines telefônicas e venham com a gente!


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